quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Biografia Bashar Al-Assad

Bashar Al-Assad
Nascido em Damasco, Bashar al-Assad veio de uma família muito envolvida com política, sendo seu pai o proprio Presidente da Síria. Ele estudou oftalmologia em sua cidade natal e depois foi para Londres concluir os estudos. Inicialmente tinha poucas aspirações políticas e seu pai educara seu irmão mais velho, Basil al-Assad, para ser o futuro presidente. Porém a morte deste em um acidente de automóvel mudou a situação e Bashar converteu-se no herdeiro político de seu pai, que viria a falecer em 10 de junho de 2000. Bashar al-Assad tornou-se então General do Estado Maior e Chefe Supremo das Forças Armadas Sírias. Nomeado candidato único pelo Partido Árabe Socialista Baaz (único partido do regime) para a Presidência da República, foi eleito mediante referendo em 10 de julho de 2000, tomando posse em 17 de julho.
O começo de seu mandato foi marcado por uma esperança de mudanças democráticas, que foi frustrada com a continuidade da política de seu antecessor. Ante à ameaça da ideia de guerra preventiva levada a cabo pela administração norte-americana, a instabilidade do Líbano, na qual a Síria mantinha uma forte presença militar e as constantes tensões com seu vizinho Israel, Bashar al-Assad procurou manter um discurso reformista que poderia satisfazer os anseios da União Europeia e dos Estados Unidos, mas que na prática não produziu nenhuma concessão ao movimento de oposição do país. A forte pressão internacional sobre Bashar al-Assad após a morte do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, cuja autoria foi atribuída aos serviços de inteligência sírios, fez com que as tropas mantidas no Líbano fossem retiradas.
Bashar al-Assad foi reeleito em um referendum convocado no dia 27 de maio de 2007 onde conseguiu 97% de aprovação, mas ele concorreu sozinho. No dia 25 de junho de 2010, iniciou uma série de viagens pela América Latina, visitando Cuba, Venezuela, Brasil e Argentina.
Em 2011, frente a vários protestos no mundo árabe por reformas democráticas, o governo de Bashar al-Assad prometeu abrir mais a política do país para o povo. Porém frente a lentidão dessas mudanças, ou o não cumprimento da promessa, opositores ao seu regime começaram uma série de protestos pedindo a derrubada do Presidente, que respondeu aos manifestantes com o envio de tropas do Exército à areas de protesto. A violência da repressão do governo fez com que vários países pelo mundo, como os Estados Unidos, Canadá e União Européia adotassem sanções contra a Síria.

Guerra Civil Síria


A Guerra Civil Síria (as vezes referida como Revolta Síria) é um conflito interno em andamento na Síria, que começou como uma série de grandes protestos populares em 26 de janeiro de 2011 e progrediu para revolta armada em 15 de Março de 2011, influenciados por outros protestos simultâneos na região. As manifestações populares por mudanças no governo foram descritas como "sem precedentes". Enquanto a oposição alega estar lutando para destituir o presidente Bashar al-Assad do poder para posteriormente instalar uma nova liderança mais democrática no país, o governo sírio diz estar apenas combatendo "terroristas armados que visam desestabilizar o país".
Foram iniciados como uma mobilização social e midiática, exigindo maior liberdade de imprensa, direitos humanos e uma nova legislação. A Síria tem estado em estado de emergência desde 1962, que efetivamente, suspende as proteções constitucionais para a maioria dos cidadãos. Hafez al-Assad esteve no poder por trinta anos, e seu filho, Bashar al-Assad, tem mantido o poder com mão firme nos últimos dez anos. Os protestos começaram em frente ao parlamento sírio e a embaixadas estrangeiras em Damasco.
O presidente Bashar al-Assad afirmou que seu país está imune a todos os tipos de protestos em massa como os que ocorreram no Cairo, Egito.
Os protestos em 18 e 19 de março foram os maiores que ocorreram na Síria em décadas, tendo as autoridades sírias respondido com violência contra os manifestantes. O Secretário-Geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, chamou o uso da força letal de "inaceitável".
Após a morte de mais de oitenta rebeldes sírios, a União Europeia, representada por Catherine Ashton, classificou a situação do país como "intolerável" e solicitou que reformas ocorram na Síria.
Em resposta aos protestos, o governo sírio enviou suas tropas para as cidades revoltosas com o objetivo de encerrar a rebelião. O resultado da repressão e dos enfrentamentos com os protestantes acabou sendo de centenas de mortes, a grande maioria de civis. Muitos militares se recusaram em obedecer às ordens de suprimir as revoltas e manifestações, e alguns sofreram represálias do governo por isso. No fim de 2011, soldados desertores e civis armados da oposição formaram o chamado Exército Livre Sírio para iniciar uma luta convencional contra o Estado. Em 23 de agosto de 2011, a oposição finalmente se uniu em uma única organização representativa formando o chamado Conselho Nacional Sírio. A luta armada então se intensificou, assim como as incursões das tropas do governo em áreas controladas por opositores. Em 15 de julho de 2012, com grandes combates irrompendo por todo o país,  a Cruz Vermelha internacional decidiu classificar o conflito como guerra civil (o termo preciso foi "conflito armado não-internacional") abrindo caminho à aplicação do Direito Humanitário Internacional ao abrigo das convenções de Genebra e à investigação de crimes de guerra.
Segundo informações de ativistas de direitos humanos dentro e fora da Síria, o número de mortos no conflito varia entre 21 050 a 28 795 pessoas, sendo mais da metade de civis, mas também incluindo 10 800 combatentes armados que pereceram nas lutas. Outras 100 mil pessoas teriam sido detidas pelo governo. Pelo menos 250 mil sírios já teriam buscado refúgio no exterior para fugir dos combates, com quase metade destes tomando abrigo na vizinha Turquia.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

História da Síria


Localizada no Oriente Médio e banhada pelo Mar Mediterrâneo, a Síria faz fronteiras com a Turquia (ao norte), Iraque (a leste), Jordânia (ao sul), Israel (a sudoeste) e Líbano (a oeste). A maior parte do território nacional é coberta por desertos.


Pesquisas arqueológicas afirmam que a ocupação da região, que atualmente corresponde à Síria, ocorreu há mais de 5 mil anos. Esse fato proporcionou ao país uma série de elementos históricos: sítios arqueológicos, ruínas romanas na cidade de Palmyra; castelos medievais da época das Cruzadas; construções islâmicas em Damasco.
Ao longo da história, o território da Síria foi dominado por impérios Persa, Macedônico, Romano, Árabe e Turco-Otomano. A França, durante a primeira metade do século XX, realizou o processo de colonização no país, que conquistou a independência no dia 17 de abril de 1946.
A Síria é grande opositora da política israelense, sendo que as duas nações se envolveram em um conflito armado, denominado Guerra dos Seis Dias, em 1967. Os Estados Unidos acusam a Síria de financiar grupos terroristas anti-Israel, em especial o libanês Hezbollah e o palestino Hamas.



A  economia nacional tem na exploração de petróleo e gás natural a principal fonte de receitas. Outra atividade de fundamental importância é a agricultura, na qual há o cultivo de azeitona, frutas, legumes, verduras e algodão. A indústria, por sua vez, é pouco desenvolvida, e atua nos seguintes segmentos: químico, petroquímico, couro, têxtil e alimentício.A Síria de hoje foi criada como mandato francês e obteve sua independência em Abril de 1946, como uma república parlamentar. O pós-independência foi instável, e um grande número de golpes militares e tentativas de golpe sacudiram o país no período entre 1949-1970. Síria esteve sob Estado de sítio desde 1962, que efetivamente suspendeu a maioria das proteções constitucionais aos cidadãos. O país vem sendo governado pelo Partido Baath desde 1963, embora o poder atual esteja concentrado na presidência e um pequeno grupo de políticos e militares autoritários. O atual presidente da Síria é Bashar al-Assad, filho de Hafez al-Assad, que governou de 1970 até sua morte em 2000. Síria tem uma grande participação regional, particularmente através do seu papel central no conflito árabe com Israel, que desde 1967 invadiu as Colinas de Golã, e pelo envolvimento ativo nos assuntos libaneses e palestinos.

A população predominante é de muçulmanos sunitas, mas com uma significante população de Alauitas, Drusos e minorias cristãs. Desde a década de 1960, oficiais militares Alauitas tem dominado o cenário político do país. Etnicamente, cerca de 90% da população é árabe, e o estado é governado pelo Partido Baath de acordo com princípios nacionalistas árabes, dos quais aproximadamente 10% pertencem à minoria.